quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Do Lado de Lá

Berlim oriental era sombria, cinza.Tivemos sorte porque ,ainda na fila da imigração, conhecemos um jovem alemão que havia nascido no Rio Grande do Sul e vivido no Brasil até os três anos de idade e que acabou nos acompanhando e sendo intérprete durante as poucas horas que nos autorizaram a permanecer em Berlim oriental. Isso foi ótimo porque naquela época ninguém falava inglês na Alemanha Oriental e eu falava apenas alguma poucas palavras em alemão.Como a temperatura era de absurdos 27 graus negativos , logo que saímos do metrô (gratuito!) fomos para um bar (estatal!).Lá conhecemos algumas garotas do interior que, sem nenhuma cerimônia ,nos pediam para que as levassem embora conosco. Não ,não era amor , não. Era a busca pela liberdade. Elas achavam injusta a proibição para se sair da Alemanha do regime comunista. Sentiam-se prisioneiras em seu próprio país.Fomos , depois de tomarmos cerveja (acompanhada de champanhe, sei lá porquê!),à uma loja de departamentos e presenciamos o atraso tecnológico que viviam na época. Tvs, apenas preto e branco , aparelhos de som rudimentares e nenhum , absolutamente nenhum item turístico que pudesse ser adquirido como uma lembrança. Acabei levando de volta, como recordação, alguns marcos(a moeda deles à época) orientais que , além de não possuírem nenhum valor do lado ocidental , eram proibidos de serem levados ao exterior.

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