terça-feira, 25 de maio de 2010

Mudanças


As especulações em torno dos impactos das mudanças climáticas na produção de alimentos são as mais variadas. Tem gente que acredita que será impossível produzir com taxas de CO2 mais elevadas ou com maiores temperaturas e por aí vai. Mas sabe que tem gente fazendo experiências à campo simulando condições atmosféricas diferentes e já com alguns resultados?

Mundo mais quente

Já existem algumas experiências relacionadas ao aumento de temperatura. Existe, por exemplo, um tal de "Experimento Internacional da Tundra", da Universidade da Columbia Britânica, que utilizou câmaras de aquecimento em dezenas de localidades em vários países.Percebeu-se que aumentos de temperatura entre 1 e 3 graus estimula o crescimento de arbustos e gramíneas nestas latitudes, sugerindo que o aquecimento deverá aumentar a biodiversidade nestas condições nesta localização geográfica.

Mundo com mais CO2

Já a Universidade de Ilinois em sua Instalação de Enriquecimento de CO2 ao ar livre estudou o crescimento vegetal que com altas taxas de CO2 atmosférico e 20% de ozônio.E não é que nestas condições a soja apresentou crescimento acima do normal! Em compensação, foram muito mais atacadas por besouro que consomem a parte aérea.

Mais experimentos com CO2

Já os dados levantados no Laboratório Nacional de Oak Ridge que conduz o experimento de Enriquecimento de CO2 ao ar livre há mais de 10 anos confirmaram que níveis aumentados de CO2 estimulam a fotossíntese,incorporando mais carbono às planta. Quando elevou-se o nível de CO2 para 550 ppm,um nível que poderá ocorrer em 100 anos, há evidências de que as plantas possam responder favoravelmente,embora os ganhos possam ser impedidos pela escassez de nutrientes, como o nitrogênio.

Destino do CO2

O aumento da produção primária líquida indica a quantidade de carbono acrescida à planta sem refletir o destino a longo prazo. Em florestas de coníferas, na Carolina do Norte, o carbono adicional foi armazenado principalmente em troncos e galhos. Em florestas do Tenesse, esse acréscimo ocorreu principalmente em raízes.

Regime de chuvas

Não vou nem tentar explicar como são as instalações destes experimentos que controlam o regime de chuvas. Mas o fato é que conseguem controlar a precipitação ao ar livre, impedindo que as chuvas naturais atinjam o solo, etc.. Com relação aos resultados, experimentos realizados pela Kansas State University chegaram a conclusão de que algumas gramíneas toleram melhor a alteração da precipitação que outras.

Florestas temperadas e amazônica

Em florestas temperadas,árvores maduras com raízes profundas resistiram bem a reduções pluviométricas, mas árvores jovens ,menos enraizadas, morreram. De forma antagônica, árvores de grande porte da Amazônia brasileira morreram durante o quarto ano de estiagem criada por pesquisadores do Centro de Pesquisa Woods Hole, em Massachustetts, enquanto mudas e árvores jovens foram menos afetadas.O bloqueio de 60% da precipitação ressecou solos profundos ,mas a superfície continuou relativamente úmida.

Resultados

Por enquanto, os resultados são sugestivos do comportamento vegetal.Entretanto,ainda são poucos os experimentos que testam modificações concomitantes na temperatura,no regime de chuvas e nas concentrações de CO2. Já existem alguns experimentos neste sentido em andamento, mas a interação entre estas variáveis cria cenários múltiplos e, cá entre nós, exigirá bastante dos cientistas para simular cenários possíveis, e não apenas especulativos.

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