terça-feira, 4 de maio de 2010

Produção industrial e demanda.

Olha só essas informações divulgadas pelo UOL.O nível de utilização da capacidade instalada da indústria paulista está em apenas 69,2%, de acordo com o novo indicador divulgado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A pesquisa foi feita entre os dias 15 de março e 16 de abril com 247 empresas e tem como referência o mês de fevereiro.
Nuci
Já o Nuci (Nível de Utilização da Capacidade Instalada), divulgado mensalmente, leva em conta as condições normais de funcionamento e não o limite possível, com todas as formas de manobra das empresas para atender a demanda e não perder vendas e participação de mercado. No mesmo período e considerando a mesma base de empresas, o indicador foi de 79,23%. Em março, tendo como base as 620 indústrias que regularmente respondem a essa pesquisa, o número havia sido 81,3%, bem acima do registrado no mês anterior (76,4%).
Antes do aumento da taxa referencial de juros
O lançamento do Nupp às vésperas da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) --quando se espera uma alta na taxa básica de juros-- foi apenas coincidência, segundo Paulo Francini, diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp, comandada por Paulo Skaf (PSB). "A informação é um bem para a sociedade, não pode ser manipulada", disse, negando motivações políticas.
Entendendo o índice
Para ele, o novo indicador é necessário porque há quem analise a resposta sem entender direito a pergunta, referindo-se à discussão a respeito da pressão da demanda aquecida sobre os preços dos produtos. "Não pode ser interpretado, como erroneamente se interpreta, que um número elevado [do Nuci] mostra esgotamento da capacidade de produção", afirmou. O levantamento aponta ainda que 76% das empresas entrevistadas conseguiriam atingir a produção plena em até seis meses, se necessário.

O porquê da capacidade ociosa
Entre as razões apontadas para a produção efetiva no mês de referência ter sido menor do que o limite possível estão demanda insuficiente (57,9%), limitação dada por paradas imprevistas (16,4%), abastecimento insuficiente de matéria-prima (12,6%), sazonalidade (11,5%) e ociosidade planejada (10,4%). A questão podia ser respondida com múltiplas escolhas. Questionando sobre qual seria o percentual preocupante, que passaria a pressionar a inflação, Francini não quis arriscar um número, mas lembrou, que, nos Estados Unidos, 83% é o Nupp apontado como alerta para elevação de preços.
Desaceleração da indústria no segundo semestre
A atividade da indústria brasileira deve registrar desaceleração no segundo trimestre deste ano, aponta o Índice de Confiança do Consumidor, calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). O ICI caiu 1% em abril, para 115,3 pontos, puxado por uma redução nas previsões futuras dos empresários.
Aumentam o juros, cai o índice.
Para Aloisio Campelo, coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da FGV, a redução no Índice de Expectativas --de 115,7 pontos para 110,5-- está associada à perspectiva de aumento de juros na economia (a pesquisa foi realizada antes da decisão do Banco Central de subir a Selic em 0,75 ponto percentual) e ao fim do benefício fiscal à indústria de bens duráveis.
"A queda pode estar ligada ao fato de a atividade já ter melhorado muito, associado à expectativa do aumento de juros, que pode gerar desaceleração", afirmou.
Produção para o próximo semestre
Entre os três indicadores que apontam as perspectivas da indústria, a produção prevista para o próximo trimestre foi o que sofreu a maior queda, de 137,2 pontos em março para 126,2 neste mês (-8,7%). As previsões para o emprego e para a situação futura dos negócios tiveram quedas leves, mantendo-se em níveis bem acima da média histórica. "O emprego e a situação ainda estão bons, o que mostra que essa desaceleração não deve ser nem tão forte, nem tão duradoura", disse Campelo. "O cenário embute alguma expectativa de desaquecimento, mas ainda com bastante otimismo."

Situação atual
Os indicadores que dizem respeito à situação atual da indústria, porém, apontam para atividade forte neste mês. O Índice da Situação Atual ficou em 120 pontos no mês, pouco abaixo da máxima da série histórica, de 121,3, em dezembro de 2007. Entre os três indicadores que compõem o índice, o destaque ficou para a situação atual dos negócios, em 136,2 pontos, o maior nível da série, iniciada em 1995. "Abril foi um mês bastante forte para a indústria brasileira", afirmou o economista da FGV.

Elevando-se os juros...
É muito esquisito mesmo. A elevação dos juros de fato deve reprimir o consumo e ,se este for o motivo da pressão inflacionária, deve fazer efeito e controlar a aceleração da inflação.Mas o ruim é que, da mesma forma que há desetímulo ao consumo, também há inibição de investimentos na amliação da produção,o que seria uma outra forma de combater uma inflação por excesso de consumo: aumentar a produção ao invés de conter o consumo.

Razão
A razão pela qual o Governo Federal opta por este caminho e não ousa instituindo um grande plano de ampliação da produção, não consigo entender. Juros baixos, financiamentos fartos para a aquisição de máquinas e equipamentos industriais poderiam equilibrar o consumo e a produção de maneira definitiva. A opção pelo aumento dos juros, pelo contrário, apenas posterga a manifestação de um desequilíbrio entre oferta e demanda, se é que ele de fato existe, não criando condições para que haja o equilíbrio necessário a pleno consumo, à plena produção, ao pleno emprego, à plena arrecadação de tributos, ao crescimento pleno.

Um comentário:

  1. Vc está sem ter o que fazer? Tá escrevend demais! Não ia trabalhar de vetrinário hoje?

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