quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Agroindustrialização :opção preferencial de desenvolvimento para o Paraná

A presença da Agroindustria no Paraná não é nenhuma novidade. Companhias de café solúvel, moinhos de trigo,extratoras de óleo,produtoras de sucos, laticínios e algumas outras plantas agroindústriais fazem parte de nosso cotidiano, perfeitamente inseridas no contexto estadual. Entretanto, nos parece que é chegado o momento de nossa região assumir a agroindustrialização como uma opção preferencial para o seu desenvolvimento, tanto pelos benefícios que esta opção poderia proporcionar, quanto pela conjunto de fatores que nos tornam absolutamente competitivos perante outras regiões.
Quanto aos benefícios que a agroindústria proporciona, o que mais chama a atenção é o fato de que estes se irradiam pelos mais diversos setores da economia e da sociedade . A Agroindústria gera empregos, como qualquer outro empreendimento, mas a geração de empregos, neste caso, tem a particularidade de irradiar-se tanto nas áreas urbanas quanto na zona rural pois, tanto o processo industrial urbano quanto a produção rural da matéria-prima, absorvem a mão-de-obra.
Além disso, a demanda por mão-de-obra não se resume à mais especializada e qualificada, pois desencadeia-se também a demanda pela mão-de-obra não especializada, inserindo no setor produtivo um amplo e variado espectro de trabalhadores. A oferta de empregos na zona rural e o aumento da renda através da diversificação agropecuária permitem a fixação do homem no campo, colaborando para a solução de graves problemas sociais. Tais efeitos previnem e combatem, por exemplo, o tão falado êxodo rural, evitando o inchaço das periferias urbanas. A geração de empregos de perfil tão variado, aliada à intensificação e a diversificação da produção agropecuária, tem a capacidade de quebrar o círculo vicioso que expulsa o homem da terra e, depois, o leva de volta, agregado a movimentos sociais, gerando os indesejáveis conflitos no campo.
Nosso estado possui condições muito particulares que atestam a vocação preferencial pela Agroindústria. Nossa terra possui fertilidade inigualável, possibilitando que aqui seja conduzida a mais exigente atividade agrícola. Nosso solo, ao contrário de outras regiões do país, não é um fator limitante. É, na verdade, uma vantagem competitiva, viabilizando a prática de uma variadíssima gama de culturas. Até mesmo nossa latitude privilegiada, estamos sobre o trópico de capricórnio, possibilita-nos produzir tanto culturas tipicamente tropicais, quanto aquelas de clima temperado, muitas vezes lado a lado.
Não param por aí nossas vantagens competitivas. O Paraná ainda tem o privilégio de sediar as duas mais importantes instituições de pesquisa agropecuária do país: a Embrapa e o Iapar. Tal fato, somado à presença de quatro universidades, nos garante a vanguarda em todas as fases do processo, desde a produção da matéria-prima, até o processamento industrial, passando pelos setores administrativo, comercial , financeiro etc...
O Paraná, desde 1975, está construindo uma nova identidade para si. O espetacular ciclo do café, que se encerrou com a brutal geada daquele ano, deixou em todos nós parâmetros de crescimento e de riqueza inigualáveis, que muitas vezes despertam o sentimento da nostalgia. Esperar que o estado reviva surtos de fantástica pujança como o daqueles tempos, seria contar com o improvável. Entretanto, enfrentar o desafio de acrescentarmos um novo e poderoso elemento à nossa matriz econômica, preferencialmente, parece-nos não apenas factível mas, também , provocante e inspirador.

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