terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dia da criança

Um estudo do Instituto Internacional de Investigação sobre Políticas Alimentares (IFPRI, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira indica que ao menos um bilhão de pessoas (cerca de um sétimo da população mundial) sofrem de desnutrição no planeta.Na América Latina, a situação é considerada “séria” na Bolívia, Guatemala e no Haiti.

Crianças


A pesquisa, intitulada Índice Global da Fome 2010, mostra que a fome se revela principalmente por meio da desnutrição infantil – quase a metade dos afetados são crianças. Os níveis mais altos se encontram na África Subsaariana e no sul da Ásia.

Crise


Os dados do estudo apontam que o número de desnutridos voltou a crescer, após cair entre 1990 e 2006. A explicação é a crise econômica e o aumento nos preços globais dos alimentos.
O IFPRI considera a situação “extremamente alarmante” em três países, todos africanos (Chad, Eritreia e República Democrática do Congo). Outros 26 países vivem situação “alarmante”.
No continente americano, a Bolívia, a Guatemala e o Haiti têm os piores índices em relação à falta de alimentos.

Situação moderada


O documento classifica de “moderada” a fome no resto da América Central, com a exceção da Costa Rica. Também é “moderada” a situação na maioria da América do Sul – já no Brasil, Uruguai, Argentina e Chile há níveis baixos de desnutrição, segundo o informe.

‘Caso de sucesso’

Os pesquisadores classificam o Brasil como um “caso de sucesso” na questão da fome. Segundo o estudo, entre 1974 e 1975, 37% das crianças brasileiras eram subnutridas. O índice caiu para 7% entre 2006 e 2007, melhora atribuída aos aumentos nos investimentos em programas de nutrição, saúde e educação ocorridos desde o fim dos anos 70.Mais creches, rendas familiares maiores, melhoras no atendimento de mães e crianças , maior cobertura de suprimento de água e serviços sanitários e o programa Bolsa Família foram,entre outros,citados como fatores que colaboraram no processo.

Fome em crescimento

Apesar do avanço em países como Brasil e China, o estudo mostra que a fome cresceu em nove países (oito deles na África Subsaariana e a Coreia do Norte).
O país com o pior desempenho é a República Democrática do Congo, onde o índice cresceu 65%. Em Burundi e em Madagascar, metade das crianças têm problemas no seu desenvolvimento físico por falta de uma dieta adequada.

Até os dois anos

Para a pesquisadora Marie Ruel, uma das autoras do estudo, “a janela de oportunidade para evitar que sigam crescendo os níveis de desnutrição está nos dois primewiros anos . Depois dos dois anos de idade, os efeitos negativos da desnutrição são em grande parte irreversíveis.”Segundo o informe, é possível reduzir a desnutrição infantil para um terço da atual melhorando os cuidados na saúde e na dieta não só de crianças como também de mães grávidas e na fase de amamentação.(BBC)

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