segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Slow City

Acompanhando as notícias sobre o censo e a expectativa do número de habitantes que Londrina terá, fiquei pensando sobre essa verdadeira obsessão à respeito do crescimento da população que ,aliás, se confunde com crescimento econômico e com os objetivos de uma comunidade.Acho interessante todo mundo falar tanto de crescimento sustentável,mas sustentar as estratégias de crescimento preferencialmente na questão demográfica.

Contra-mão

Mas tem gente que pensa muito,mas muito diferente mesmo.Há um movimento chamado de "slow city" que pretende valorizar outro tipo de crescimento para as cidades.Interessante,o movimento começou na Itália inspirado pelo movimento "slow food" e já conta com a adesão de municípios em diversas regiões do mundo.Se não me engano, Parati faz parte desse movimento.

3 comentários:

  1. Bom dia.
    Discordo de você e justifico.
    Uma cidade que possui mais de 500.000 habitantes tem um peso, uma importância maior para o gov federal/estadual quando é feito a divisão de recursos e a estratégia de investimentos. Facilita aos nossos representantes, deputados, senadores e prefeito, qundo na mesa de negociações com os governos justificar maiores repasses. Tanto o repasse federal, quanto estadual seguem este critério, populacional, muito justo por sinal, pois quanto maior o número de habitantes, maior é a arrecadação de impostos e maior é a necessidade de investimentos públicos. É como uma rede, investimentos - empregos - prosperidade econômica - desenvolvimento.
    A importância vai além.
    Quanto maior uma cidade ou estado em números populacionais, maior é a sua representatividade e força política respectivamente. Estranho é ver pessoas de bem tentando justificar políticas locais administradas por modelos falidos como são os modelos de gestão da dupla PT-PDT, pois sua postagem soa como isso.
    Como administrador, homem sério e empreendedor você não pode estar pendendo para o lado errado da "balança". A questão que você coloca de uma maior proteção ambiental ou desenvolvimento ordenado e sustentável não se justifica nesse caso, no caso de Londrina, pois o impacto ambiental causado por uma população de 493.000 e de uma população de 500.000 é irrelevante do ponto de vista eco-sustentável.
    O que não podemos é nos tornar mais um "político melancia", do estilo Marina Silva, verde por fora, vermelho por dentro. Temos que defender sim o crescimento ordenado e sustentável do ponto de vista social e econômico, mas no entanto, não podemos retroceder nossa importância política quanto metrópole referência no sul do país.
    Essa é a minha opinião ao observar sua linha de raciocínio.

    Abraços.

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  2. Caro amigo,

    Acho que não me expliquei bem na postagem. O que queria dizer é que precisamos voltar nossas atenções ao crescimento econômico também através do crescimento da renda bruta/habitante e não apenas através do crescimento derivado do aumento da população,que por sua vez aumenta o mercado de consumidores tanto para o comércio quanto para os serviços o que, evidentemente, faz bem para a economia local.Entretanto, esse aumento populacional que certamente tem impactos positivos, agrega a necessidade de investimentos em infra-estrutura urbana na mesma proporção desse aumento,o que cria uma dicotomia entre velocidade do crescimento populacional e capacidade de prestação de serviços públicos de qualidade.Inclusive, quando me referi ao crescimento sustentável, não estava limitando a questão aos aspectos ambientais,muito pelo contrário.Estava me referindo à sustentabilidade econômica de cidades que necessitam de ampliação de infra-estrutura constantemente,de forma contrária a cidades com população estabilizadas que se preocupam com o aprimoramento dos equipamentos públicos e não com a sua constante ampliação.Agora, se em algum momento essa postagem soou como defesa das políticas locais do PT-PDT,ou qualquer outra, não era essa a intenção.Na verdade,refleti sobre esse assuto pela primeira vez há alguns anos durante um jantar com o Xico Graziano,após uma palestra que proferiu lá na Rural. Nós estávamos dscutindo à respeito do crescimento de Campo Mourão e o impacto que uma empresa gigantesca como a Coamo causava naquele município.Foi quando o Graziano me perguntou: "crescer pra quê?" Foi quando discutimos a distinção entre a necessidade do crescimento econômico do simples crescimento populacional.O crescimento econômico através do crescimeto populacional é desejável sob o ponto de vista da gestão pública? Ou o crescimento econômico focado no PIB/habitante não seria mais desejável? E por aí vai a reflexão,com muitos desdobramentos.Agora, a questão da "Slow City" é outra coisa ,mas que revela que existem soluções distintas para realidades urbanas distintas,não é uma generalização,não.
    Abraços.

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  3. Com certeza, o crescimento focado no PIB/habitante é sem dúvida muito mais interessante, mas infelizmente a realidade é diferente.
    Políticas erradas vem se repetindo mesmo se tendo perfeita ciência disso por parte dos governantes.
    Os administradores públicos tem medo de inovar, de arriscar e dinamizar a gestão visando buscando novas experiências e aplica-las. O medo parte do premissa de se perder o carisma ou se tornar impopular, não se reelegendo posteriormente.

    Precisamos urgentemente reformular a concepção de Estado no Brasil, nossa burocracia não permite se fazer muito pelo desenvolvimento, o Estado perdeu sua função de gestor e mantenedor da ordem social e de divisor das riquezas e obrigações. Nosso Estado Nacional não vai além de uma estrutura cara, extremamente burocrática, impositiva e lenta.
    No horizonte não vejo nada de diferente. Os mesmos vícios, os mesmos cismas marcam o início do novo governo federal.
    As reformas necessárias sequer foram debatidas até agora; reforma da educação; reforma política; reforma do Estado.
    Enquanto essa ótica não for transformada, continuaremos nesse caminho= Maior População-Maior Repasse. E essa situação promete manter-se por longos anos, pois não há sequer uma política nacional para trabalhar com os municípios na elaboração de políticas de sustentabilidade.

    Mas voltando a reflexão sobre o fenômeno "Slow City", ele é interessante partindo do ponto de vista de uma sociedade organizada em sua plenitude, enquanto nossa nação permanecer inerte a necessidade de mudanças estruturais necessárias e com medo de ousar continuaremos a ser esse "aglomerado de gente vivendo sobre um mesmo território" e pagando muito para se obter muito pouco.

    A essência da idéia é interessante sim, mas ela deve ser um tópico dentro de muitas outras tarefas para impulsionar as cidades ao desenvolvimento sustentável e permanente.

    Penso que é um "ponta pé" inicial, mas que terá como obstáculo nossa própria cultura em confundir o público com o privado e nosso medo de inovar.

    Abraços.

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