Estamos vivenciando um momento de alta nos preços mundiais dos alimentos. Soja , milho , arroz , carnes , trigo ... estão sob forte tendência de alta impactando os índices inflacionários de forma generalizada ao redor do globo. Aparentemente , a somatória de diversos fatores , como o aumento do consumo mundial e o preço do petróleo, têm sido responsáveis pela alta daqueles preços.
Alguns países têm procurado enfrentar este problema interferindo diretamente nas relações entre a oferta e a procura. A Argentina, por exemplo, impôs cotas às exportações de carne, congelou preços de alguns cortes no varejo e taxou as exportações de grãos. Uma postura intervencionista que, além de gerar um grande conflito com os produtores argentinos , não encontra respaldo na história como sendo uma estratégia eficiente. Aqui mesmo no Brasil , políticas de congelamento de preços, confisco de bois, etc resultaram em grandes fracassos, com criação de mercados paralelos, ágio e na seqüência, explosões inflacionárias.
Essencialmente, a elevação dos preços dos alimentos é fruto de um desequilíbrio entre consumo e oferta. Aliás, são esses preços mais elevados que possibilitarão aos produtores investirem na produção, em tecnologia e, no menor espaço de tempo, oferecer aos consumidores uma maior quantidade de alimentos, gerando preços menores. A tentadora solução de intervir no mercado através do tabelamento de preços acaba com a possibilidade do produtor investir e aumentar a produção , gerando , a rigor , uma menor oferta de alimentos e, paradoxalmente, aumento de preços!
A desoneração dos custos de produção nos parece a melhor alternativa neste momento em que se busca, a curto prazo, a diminuição da inflação dos alimentos. Insumos mais baratos, isenção de taxas e impostos, desde a produção até ao balcão do varejo, poderiam colaborar na formação de preços finais mais baixos, sem comprometer a capacidade de investimento dos produtores que, a rigor, será financiada em parte pelos preços mais elevados. O que não podemos é sermos seduzidos pelas soluções simplistas e momentâneas. Vamos enfrentar a inflação como deve ser enfrentada, aumentando nossa produção, aprimorando nossa eficiência, inundando o mercado, ávido em consumir, com nossos alimentos.
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