Hoje conversei longamente com o veterinário Ricardo Cauduro e nos lembramos dos debates travados no Brasil entre produtores e governo à respeito da liberação do uso de anabolizantes para a engorda de bovino.Isso ocorreu há mais de dez anos e,quando todos imaginavam que o uso de anabolizantes seria autorizado,ocorreu exatamente o contrário:virou crime seu uso.
.Debate acalorado
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O debate era acalorado entre produtores que defendiam a tese de que, se não pudessem utilizar anabolizantes como os norte-americanos,jamais poderiam concorrer no mercado internacional,mesmo considerando as restrições européias ao uso de hormônios em bovinos.Evidentemente,os laboratórios fabricantes de hormônios botavam lenha na fogueira.
.Código ambiental
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Há alguma similaridade entre o debate em torno da questão dos hormônios e a reforma de nosso código ambiental.Naquela ocasião, a opinião externa, especialmente a européia,teve papel relevante no debate,assim como no debate atual em torno do código ambiental.Outra semelhança perceptível é na argumentação do produtor brasileiro de que,pelo fato de nossas regras ambientais serem muito mais rígidas que a de nossos concorrentes externos,ele seria diretamente prejudicado.Especialmente aquele produtor que tenha que abandonar áreas de cultivo para a recomposição da reserva legal.Ou ainda aquele que abre mão de suas áreas de preservação permanente,como as margens dos córregos e rios ou as áreas úmidas,enquanto seus concorrentes internacionais não tem esse tipo de restrição.
.Desfecho
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Todo mundo sabe como acabou a discussão dos anabolizantes.Eles foram proibidos e,mesmo assim, conseguimos alcançar a liderança mundial no mercado de carne bovina.Tenho a impressão de que o debate em torno do código florestal terá um desfecho similar,com o discurso ambientalista prevalecendo e o setor arcando com os custos de adequação.
.Entendimento difícil
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Nosso código precisa ser aprimorado?Tenho convicção de que deva..A proposta do novo código ambiental coloca em risco as expectativas dos ambientalista.Também acredito nisso.Tenho a impressão de que o entendimento entre ambientalista e produtores é muito maior do que aquele que se percebe entre os agentes políticos envolvidos nas discussões parlamentares e,por isso,tenho a sensação de que vamos ficar é com o código florestal antigo,mesmo.Apesar de tudo ainda acredito,sinceramente,que seria possível aprimorar nosso código florestal sem frustar qualquer expectativa ambientalista e contemplando o setor produtivo.
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