domingo, 2 de maio de 2010

Os juros subiram...

De novo a taxa referencial de juros subiu. Para segurar a inflação, porque se não segurar a inflação, nossa dívida pública aumenta muito porque parte de nossa dívida está indexada ao índíce de inflação.

Controle de inflação
Mas se para controlar a inflação aplica-se a técnica da elevação das taxas de juros, segurando assim o consumo, na contra-mão os compromissos com a dívida pública também aumentam, afinal, pagamos juros diariamente também indexados pela SELIC.

Arrecadar mais
Sendo assim, precisamos aumentar nossa arrecadação para podermos honrar nossos compromissos , custearmos a máquina pública, a estrutura de amparo social e ,ainda, fazermos os investimentos que o país precisa. O melhor caminho para aumentarmos o valor absoluto de nossa arrecadação é através do aumento da produção,mas como fazê-lo com juros em elevação?

Exportar mais?

Exportar é o caminho?Mas como exportar com o Real tão valorizado? Nossa indústria perde competitividade diariamente e a balança comercial brasileira ainda é positiva porque os comodities aumentaram de preços no mercado internacional.Nossa saldo comercial industrial já é dramaticamente deficitário.

Câmbio
Subindo os juros, há maior atração de capital especulativo,até porque no mundo os juros continuam baixíssimos. Nos EUA, a taxa de juros é de 0% ao ano! Entrada de dólares significa valorização do Real e, assim, mais dificuldades para nossa indústria exportadora e por aí vai.

Déficit, política cambial, crescimento sustentável e carga tributária.
Será que é possível crescer sustentavelmente às custas de déficit público? Até sob o ponto de vista semântico há incompatibilidade entre "déficit" e "sustentabilidade". Assim sendo, não havendo mudança em nossa política cambial,e não há a menor sinalização de que isso possa ocorrer, parece-me pouco provável que não haja aumento na carga tributária ,essa mesma que já é tão alta.

Carga tributária ainda maior?
É triste, mas parece-me que restará apenas esta opção ao Governo Federal: aumento da carga tributária, até porque não se vê nenhuma ação pelo aumento da eficiência da gestão ou uma política oficial de importação de tecnologia e conhecimento, aproveitando o Real valorizado. Estas seriam políticas de médio e longo prazo que poderiam colaborar com a reversão da tendência atual. Mas, pelo jeitão, o que irá ocorrer será mesmo o aumento da carga tributária. É esperar, para ver.

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